Lyric

Fumaça sobe na noite resinosa

Cintila cinza da fogueira

E queima subindo ao alto

Como vaga-lume na escuridão, centelha

Paralisado, parece

Respira o capitão com dificuldade

Preso nas lianas

Não há como romper o destino cruel

Ao redor, dançam, levantando pó

Só se veem dentes e olhos a brilhar

No círculo, a tribo gira

Com peles negras como a noite sem luar

Direto do navio, ao baile infernal

Pelo destino cruel, o capitão caiu afinal…

— A festa parece um ritual sombrio

— Como se o diabo tivesse armado o carnaval

De repente ouviu o capitão

Um som alto, gritos femininos

Duas moças nuas em lágrimas

Levaram para a clareira, horror nos olhos

Nas costas, só queimaduras

Como selo, um desenho a arder

Lá estava um corvo negro

Com o olhar voltado ao céu

O chefe aproxima-se

As jovens tremem de medo

O brilho da lâmina na nuca

Sangue cai como cachoeira

O espírito deixa o corpo da donzela

Na escuridão encontra paz

O velho segue devagar

Já indo para a próxima vítima

Direto do navio, ao baile infernal

Pelo destino cruel, o capitão caiu afinal…

— A festa parece um ritual sombrio

— Como se o diabo tivesse armado o carnaval

Com suas últimas forças

Rompe as correntes o capitão

Como a fogueira estala na escuridão

Mil lianas se rompem ao chão

Nosso herói se liberta

É hora de agir

O chefe ergue a lâmina

A moça grita… mas então…

Um golpe rápido

O capitão arremessa uma pedra

Acerta o velho na têmpora

O chefe cai no fogo ardente

O fumo rapidamente cobre tudo

Nosso herói corre veloz

Segura a mão da jovem

E fogem para as sombras da floresta…

Direto do navio, ao baile infernal

Pelo destino cruel, o capitão caiu afinal…

— A festa parece um ritual sombrio

— Como se o diabo tivesse armado o carnaval

A morte envolve com seu sopro

A floresta, o fogo, a clareira

E sussurra baixinho…

— Hoje não… Capitão