Lyric

A luz da manhã pinta em violeta o chão

Aos meus pés, uma bandeira sem dono, no vão

Ei... quando será que o fogo apagou?

Aquele mesmo que fazia o mundo girar, girou

Hoje todos largaram sua espada, enfim

Com palavras e promessas, resolvem assim

Mas o conflito não sumiu do lugar

Algo em mim insiste em não parar

Quem vai medir o que vem depois?

Se até uma voz suave abala reis

Um dia essa maré vai me levar

Mas por agora, vou ficar

Mesmo assim, preciso andar—

Meu coração já começou a pulsar

Um salão em ruínas, brasão a desbotar

Um dia estive ali, jurando sem hesitar

Mas nasceu uma nova lei

E o respeito e o medo sumiram também

Sorrisos ambíguos nos rostos pairam

Com cartas ocultas que eles não mostram

Jogadas perfeitas, verdades trancadas

Será que isso liberta ou só engana?

Alguém de fato se salva nessa trama?

Quem vai pintar essa cena agora?

Lábios que largaram armas brilham sem demora

Mesmo ferido, sem poder voltar

Vejo um caminho a se revelar

Com cicatrizes ainda abertas, vou correr

Pois ainda quero viver

De repente, lembro do campo queimado

Dias em que o desprezo e o afeto eram dados

Pisei em outros pra ganhar o troféu

Quantas lágrimas escondi sob aquele véu?

Mas descobri que também posso chorar

E nesse mundo em contradição, quero acreditar

Quem vai guiar as novas leis?

Nenhum final certo se vê por aí

Mas há um fogo vibrando em mim

Uma voz que não existia antes, enfim

Rumo ao horizonte a mudar de tom

Quero mergulhar sempre de novo

Que esses passos acendam algo novo

Olho pro céu que já mudou de cor

E até o vento sussurra com mais calor

Se resta um sopro de vida no ar

Então irei, pra onde ele me levar