Lyric

Demônio oculto, vai se apagar

Mas meu coração não sabe escapar

Na sombra da flor, antes do amanhecer

Ouço que viver não basta pra esquecer

Raiz que cresce em meu peito, sem fim

Fere e queima o que restou de mim

Essa dor que insiste em voltar

Só consegue em silêncio pulsar

Demônio invisível, ainda me prende

Corro, mas paro—o medo me entende

Fraqueza em querer e também recusar

Me envolve sem pressa, sem me avisar

Escuridão que os olhos não veem

Traça os contornos que ninguém tem

Mentiras frágeis, num só sopro vão

Mas meu peito rasgado carrega a razão

Mesmo que um dia vá desaparecer

Ele em meu peito vai renascer

Se tua mão puder me tocar

Talvez um sonho possa brilhar

O que não se vê também se desfaz

Mas deixa cicatrizes que ficam demais

Nas memórias frágeis, dor vai ficar

Ecoa suave, difícil calar

Demônio invisível, forte e fugaz

Cruel e gentil como o tempo nos traz

Que tua fraqueza seja tua luz

Na dor que some, a verdade reluz