Lyric

Descalços no calçadão

Nuvens em latas na nossa mão

Pintávamos o tempo em espirais

Com chinelos de gel e planos irreais

Bolsos cheios de cartões-postais

Você cantava torto, tão naturais

O verão grudava feito purpurina

Na pele, na risada, na retina

Somos luzes incandescentes

Girando sob céus de hortelã

Corações fosforescentes

Rindo alto, olhos de cor imã

Almas em zigue-zague no eclipse do limão

Cantando bobagens com gosto de verão

A vida é um desejo de dente-de-leão —

E cada pétala volta pra tua mão

Dormíamos em redes enroladas

Sonhos girando feito discos nas calçadas

Falávamos só em metáforas inventadas

De um idioma de crianças encantadas

Horizonte tangerina derretendo

Tua risada — pedra que vai batendo

Até o silêncio virava melodia

Quando fazíamos do mundo nossa poesia

Somos luzes incandescentes

Girando sob céus de hortelã

Corações fosforescentes

Rindo alto, olhos de cor imã

Almas em zigue-zague no eclipse do limão

Cantando bobagens com gosto de verão

A vida é um desejo de dente-de-leão —

E cada pétala volta pra tua mão

Não precisávamos de mapas

Fomos feitos de desvios

O pôr do sol nos achava

Onde a lógica perdia os fios

Somos luzes incandescentes

Girando sob céus de hortelã

Corações fosforescentes

Rindo alto, olhos de cor imã

Almas em zigue-zague no eclipse do limão

Cantando bobagens com gosto de verão

A vida é um desejo de dente-de-leão —

E cada pétala volta pra tua mão