Lyric

Anos que se passam

Isso que é crescer?

Conheço tudo que tem do meu lado

O que eu temo mesmo

É não me conhecer

Mais…

Tudo se repete em série

Muito antes da minha sétima série

Tudo aqui é set ou é sério?

Eles pedem o caminho de sempre

De dentro do carro

Esbarro em paredes

Calçadas que narram

Histórias de nóstalgias

Que amarram a mim

Em linhas que andávamos

Tirando sarro

Sim, andávamos

E a pé no frio

Me sentia acalorado mais que

Com ar ligado aqui dentro

Vidro fechado vendo

Com uma venda

Esse céu que se abre

O sol da tarde combina

Com ensino médio

Aula de arte, educação física

Assim que acabava era partir

Pros prédio, pro parque

No centro, sei lá

Algum lugar onde o tédio não ataque

Com um grupo

Ou só com um ser

Cujo mundo fizesse parte

Ou tivesse a ver

Com que eu pensava de tudo

Como eu queria viver pra alma

E não pra carne

Como eu queria goleadas

E não só empates

Como eu me assustava com manhãs

Acordadas com alarme

Do dormitório pra jaula

Onde uniformes encardem

Sinto saudade quando tinha um sonho

Na verdade ainda tenho

Só é zero a certeza de realizá-lo

Ponho

Em não sei qual lugar do pódio

Vendo

Que um tanto de responsa veio

E tem tanta coisa em primeiro

Imóvel

Sinto saudade quando

O sonho me movia

Quando pessoas me moviam

Pra eu mover meu sonho

De quando o cômodo

Não era costume

De quando incômodo não era um costume

De carro agora

Mas sinto saudade do trem

Eu andei nele esses dias

Porém

Achei que ver a vista dele

Me faria bem mas

Acho que era só bom com vocês

Também sinto saudade

De ir no carro dos meus pais

No banco de trás

Andar com eles

Pra tantos lugares

Observar da janela

E tudo servir de inspiração pra escrever

Inclusive com o mesmo caderno em mãos

Me mostrei tonto

Girando em círculos

Buscando apoio exclusivo dos outros

Me apoiando em discursinho dos outros

Mesmo assim coisas que sinto saudade

Pelo menos não me sentia tão sozinho

Nos fins de tarde