Lyric

Eu era só um nome no teu coração de papel

Caí rápido demais, agora estamos em papel rasgado

Disseste “para sempre” com um suspiro de cigarro

Mas para sempre é só palavra quando a verdade é um engano

Agora encaro grades, não estrelas

Escrevo linhas sob cicatrizes que a vida revela

Teu perfume ainda assombra minha pele

Mas o juiz disse “culpa”, não “talvez fosse”

Estas são minhas cartas do interior

De um lugar onde os quebrados não se escondem

Cada palavra sangra na página

Amor e perda presos numa jaula

Dizes que nunca quiseste fugir

Mas, querida, a bala já começou a girar

Olharam minha pele, não minha alma

Um olhar e eu segui o papel que me deram

Acusado, confuso, sem álibi

Apenas ecos do choro de um amante

Ela chorou no tribunal como se não soubesse

Como dançamos rápido e falamos devagar

Mas mentiras contam histórias melhores

Especialmente quando teu coração se tornou frio

Estas são minhas cartas do interior

Para a garota que um dia esteve ao meu lado

Tu me beijaste como se eu nunca caísse

Depois testemunhaste só para me ver rastejar

Disseste que nunca quiseste me ferir

Mas, querida, acendeste o alarme

Se a liberdade algum dia achar meu nome

Ainda o sussurrarias da mesma forma?

Ou sou apenas um fantasma em rima

Cumprindo tempo pelo teu crime perfeito?

Estas são minhas cartas do interior

Escritas devagar para que minha verdade não morra

Trocastes amor por doce vingança

E me deixaste aqui sem defesa

Sou só um nome atrás destas paredes

Mas até sombras escrevem quando o silêncio chama