

No templo antigo, meia-luz e velas
Adultos curvados, com fé tão velha
Em silêncio esperam sinais do céu
Como se um milagre dissesse adeus
Com rugas fundas e cabelos grisalhos
Carregam nos olhos mil sonhos falhados
O mundo é cruel, o mundo é duro
Mas sonhar com fábulas ainda é mais seguro
Tão crescido já, mas crês em fantasia
Pintas o mundo com tinta que alivia
Fuges da verdade, corres dos fatos
Trocando o real por futuros baratos
Tão crescido já, e crês no paraíso
No céu gentil e em toque divino
Ai, como dói ver esse olhar infantil
Num homem que já viveu meio século, sutil
A ciência revela antigos segredos
Cura a dor e desmascara os medos
Mas tu murmuras preces ao vazio
Esperas milagres no lugar do frio
Não lutas contra o medo e a solidão
Refugias-te em mitos, sem razão
Velhas lendas, doces ilusões
Sem verdade, só seduções
Tão crescido já, mas crês em fantasia
Pintas o mundo com tinta que alivia
Fuges da verdade, corres dos fatos
Trocando o real por futuros baratos
Tão crescido já, e crês no paraíso
No céu gentil e em toque divino
Ai, como dói ver esse olhar infantil
Num homem que já viveu meio século, sutil
O mundo não muda com oração
A dor não foge da devoção
A vida é cega aos sonhos teus
E às máscaras dos antigos deuses
Olho pra ti com pesar no peito
Escolheste o caminho mais estreito
Adulto só na pele, não na alma
Preso a mitos que trazem calma
Queria gritar: “Acorda, vê bem!
Não há ninguém lá no além
Só nós aqui, com tempo tão curto
Só a razão pode nos manter juntos.”
Mas tu não ouves, não queres saber
É mais fácil dormir, mais fácil viver
E por isso o meu coração pesa
Vivemos guiados por promessa ilesa
Sabedoria não é crer sem pensar
Mas aceitar o mundo como está
Ver sua face dura e cruel
E mesmo assim buscar o papel
Largar as lendas e deuses falsos
Livros antigos e amuletos gastos
É triste, sim, mas é preciso
Crescer exige o fim do paraíso
Tão crescido já, mas crês em fantasia
Pintas o mundo com tinta que alivia
Fuges da verdade, corres dos fatos
Trocando o real por futuros baratos
Tão crescido já, e crês no paraíso
No céu gentil e em toque divino
Ai, como dói ver esse olhar infantil
Num homem que já viveu meio século, sutil
Se minhas palavras soarem duras demais
Liberdade amarga ainda é melhor que paz
Um dia é preciso crescer, abrir o olhar
Ver o mundo como ele é, sem camuflar
Tão crescido já… mas foges como criança
Escondido em contos que o teu coração balança
- Lyricist
Tera Kira
- Composer
Tera Kira
- Producer
Tera Kira
- Vocals
Tera Kira

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Tera Kira
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Tera Kira
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