Lyric

Do céu carmim, eu caio sem chão

Mãos tremem, ouço o relógio então

Levo regras que não posso largar

Olhos azuis querem me alcançar

Sussurros tocam minha espinha

Ouço vozes que deixei na linha

Regras quebradas presas na garganta

Busco caminhos que a mente não canta

Cenas turvas me afogam em silêncio

Um estranho fecha a porta, é meu cárcere

Uma pergunta abala meu lar frágil

Razões somem, eu fico só e ágil

Preso no medo, um labirinto sem fim

Sombras sem nome se aproximam de mim

Conto pecados na noite sem luz

Risos suaves, algo que seduz

Chuva de pimenta arde no peito

Relógios mentem, o tempo é desfeito

Palavras somem, não cabem aqui

Ela rouba meu mundo, faz sumir

Cores da rosa que não posso ver

Verdades testadas que não vão me valer

Respostas alheias, nunca minhas

Ela pinta tudo, linhas mesquinhas

Mentiras rosadas giram no ar

Justiça se apaga, não há lugar

Quando você sorri, o mundo balança

Verdade e mentira numa dança

Risadas e choros logo vão sumir

Olhares calmos escondem o porvir

Corro atrás de sombras sem fim

Começo e fim se perdem em mim

Manhã escapa das sombras fugazes

Mãos do tempo dançam sem disfarces

Você me chama, cruzo a fronteira

Nomes e futuros rompem a barreira

Ritmo engole o medo a esmorecer

Dedos se estendem, começam a crescer

Gaiola de vidro começa a quebrar

Quando você sorri, o mundo vai brilhar

O vento sorri, meus ouvidos balançam

O relógio marca um novo começo que alcança

Colinas calmas guardam meu coração

Sua presença suave traz a paz, então

Notas escrevo nas margens do papel:

"Correndo, testado no céu fiel"

Seis e treze, vinte clareiam aqui

Só eu pulo nessa linha, enfim